Eu nunca soube lidar mesmo com esse negócio de "fins" de amores ou histórias.
Mas uma vez meu prédio caiu...
É como se desabasse numa implosão inesperada.
Veio ao chão destruindo de maneira veloz tudo que existia dentro e fora.
São lembranças, sorrisos, sonhos, beijos, fotos, apelidos, conversas, carinhos, planos... tudo jogado ao chão e esmagados por entulhos da própria construção.
Os responsáveis por isso nem estão mais aqui pra verem o estrago que fizeram.
Estão longe.
No Pará, na Bahia, Piauí... estão por aí... nas estradas da vida.
Eu fiquei só na frente do meu prédio... sem direção, precisando de ajuda pra limpar toda essa sujeira que está jogada na base de tudo que foi construído.
A base que é meu coração, agora ferido.
Então eu me sento aqui por um tempo vendo todo o estrago que foi feito.
Uma hora chorando pelo que foi destruído, outra pensando por onde começar a limpar, outra sonhando com tudo em seu devido lugar de novo... e por aí se vai.
Aos poucos vou começando a limpar a sujeira...
Guardando o que vou precisar e jogando fora o que está quebrado ou não serve mais pra nada.
E é assim... assim mesmo que se recomeça.