domingo, 30 de junho de 2013

ele não conhecia nada dela, não sabia que ela as vezes mordia o lábio inferior quando sorria, não prestava atenção nas covinhas, nem prestou atenção no formato do perfil dela, não sabia que os olhos dela ficavam cor de mel se estivessem no sol, nunca percebeu como era o desenho da boca dela e muito menos que ela tem um furinho no queixo.
mais do que apenas características físicas ele não fazia ideia qual era o som da gargalhada dela, nem do modo que ela mexia no cabelo, nem como ela ficava envergonhada por receber um elogio, nunca percebeu seu jeito romântico e nem seu jeito malicioso e infantil (ao mesmo tempo) de olhar algo que ela deseja.
mais que características visíveis, ele não conhece os medos dela, não conhece nem seus sonhos e muito menos seus traumas.

ele não sabe nada dela!

sábado, 22 de junho de 2013

quem já caminhou dentro de uma caverna sabe que é necessário pelo menos um pouco de luz para conseguir enxergar para onde ir, mesmo que não seja natural, é preciso.
cavernas são totalmente escuras, com depressões, galerias, corredores.
cavernas são cheias de armadilhas, você pode caminhar em chão firme e de repente cair metros abaixo ou inesperadamente bater com a cabeça em algo, os caminhos se estreitam e se alargam aleatoriamente.
cavernas são labirintos confusos e completamente escuros.
não é um túnel, reto, plano e que se você conseguir enxergar uma luz, mesmo que mínima e bem de longe, é só seguir em linha reta e pronto, está seguro e a salvo novamente.
numa caverna, mesmo que você veja essa luz longínqua, ainda assim, na tentativa de chegar até ela você pode cair em alguma "armadilha", se machucar feio ou se perder novamente.
estar no meio de uma caverna sem luz é estar totalmente perdido, sabendo que caminhar para sair dali significa ir se machucando a cada passo.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

sim aquela mesma sensação de 12 anos atrás
uma solidão forte e esgotante
mas é uma solidão diferente
ela está aqui e está de volta
eu nunca mais havia reencontrado com ela desde então
é igual em gênero, número e grau a sensação de 12 anos atrás
é uma solidão que dói muito
mas vem com a iminência de algo muito bom e muito grande

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Em 1992, lembro-me claramente do povo vestindo e pintando o rosto de preto pra manifestar-se contra o governo. Eu tinha 11 anos de idade, mas 11 anos naquela época ainda era ser totalmente criança. Eu ainda brincava de bonecas, mas lembro de me vestir de preto em casa e querer pintar o rosto também, sabendo o motivo, apesar de não entender direito a força de tudo aquilo. Acho que isso foi essencial para todas as minhas decisões políticas até hoje e por querer sempre me informar do que realmente acontece nesse meio. Aprendi com meu pai a importância da participação na política como cidadão, através de seus ideais.

Está sendo ruim ser país sede de uma Copa Mundial? Pra ser sincera, neste exato momento, acho que não. Vejo as pessoas na rua, vejo a luta de quem quer um país melhor e vejo o brasileiro enfim, querendo honrar o seu hino - “verás que um filho teu não foge à luta” - me dá uma sensação de que as coisas afinal, podem melhorar. Eu que sempre fui contra uma copa no país, quando sabia que essa ideia não iria dar certo, pelo fato de ter a certeza que deixariam as necessidades básicas do povo ainda mais sucateadas do que já estavam, sabia que a roubalheira iria ser maior do que já era, principalmente com obras de infraestruturas, obras que todos sabíamos que teriam de ser feitas... Hoje vejo a grande importância de tudo isso para que o brasileiro enfim se cansasse de ser “feito de trouxa”.

Na época do Collor me lembro de ter ouvido alguém dizer que ninguém gosta de ser feito de trouxa..., feitos de trouxas sempre fomos, mas o Collor extrapolou os limites e por isso o povo foi à rua. E vencemos, mas continuamos sendo tratados como trouxas, aí, o povo mudou seu governo. Lembro-me mais uma vez, da euforia e esperança no dia em que o Lula ganhou as eleições para presidente. Assisti a apuração e como a um jogo de futebol, vibrei tanto quanto o gol da vitória final. Muita coisa melhorou isso é fato inegável, mas não paramos de sermos feitos de trouxas... O povo que antes andava calado, encolhido e aceitando, exceto por pequenos manifestos pessoais insatisfeitos com uma coisa ou outra, precisou de uma Copa do Mundo e um abusivo aumento de 0,20 centavos no transporte (e sim o aumento seria abusivo mesmo que fossem 0,1 centavos) pra enxergar novamente o tanto que o Governo extrapola os limites... E Acordou!

A mídia achava que poderia abafar e tentou ‘pintar’ todos os manifestantes de vândalos o que aumentou ainda mais a indignação do povo. A mídia aos poucos foi unindo-se ao povo, afinal este é o papel dela e mesmo que ela tente fugir disso, depois que o povo ganha a rua de verdade e hoje também com a internet é mais difícil distorcer os fatos.

A polícia tentou conter com violência, mas cada vez mais as pessoas estão indo para a rua, indignando-se da repressão e sabendo do fantasma que assombrou o país por 20 anos (de 1964 a 1984). O povo tem na memória o fantasma da ditadura, ditadura esta que por ironia, construiu estádios de futebol para distrair o povo brasileiro. Eu nasci na ditadura. Não quero e aposto que ninguém mais quer a sua volta. De maneira alguma e muito menos disfarçada de democracia. Não à repressão.

E viva o país do futebol... Pois até para acordar e lutar por nossos direitos o futebol teve de se fazer presente de alguma forma. O País da Copa, pretexto usado pelos governantes, que mais uma vez tentaram usar a euforia do futebol para distrair o povo, foi justamente esse, o maior motivo de sua gritaria. É, de vez em quando um tiro sai pela culatra.

* E que no futuro não seja mais preciso extrapolar limites para que o povo possa abrir os olhos. E não culpem apenas um membro do governo... pois o governo não é feito só de um e sim de vários...e todos são culpados.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Uma pessoa só consegue oferecer o que ela tem dentro de si.
O normal seria você receber na mesma proporção em que oferece, mas no mundo de hoje tem muita gente que não consegue oferecer o bem, então é mais fácil você ser bom e receber coisas ruins em troca.
Embora seja raro, de vez em quando você pode oferecer algo ruim e ter muita sorte de encontrar alguém tão bom que mesmo assim essa pessoa vai conseguir te dar algo de bom em troca.
O fato é que cada um é com o próximo o que carrega dentro de si mesmo.
O que me preocupa é que é preciso no mínimo haver um equilíbrio entre fazer o bem e receber o bem para que ninguém perca de vez o que tem de bom dentro de si, pois uma hora a fonte pode se esgotar.

Péssima =/

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Ele tem os olhos apertadinhos e às vezes dá um sorriso com um jeito meio tímido.
Os olhos dele sempre me chamaram atenção, ele consegue mentir, mas o olhar dele não.
É carinhoso, interessante, engraçado, divertido...
Tinha mania de dar uma mordidinha de leve na ponta do meu nariz, ou de me fazer cócegas até eu rir extremamente alto.
Ele é daqueles que abraça amigos sem se envergonhar.
Tem o abraço mais gostoso que existe e o beijo mais atraente.
É sensível, mas esconde isso ao máximo que pode.
Ele tem um jeito só dele.
Sem perceber eu me apaixonei de novo por ele...
E olhe que meu coração nunca havia se deixado levar uma segunda vez pela mesma pessoa.
De todos que gostei ele foi o único que se encaixou perfeitamente no meu mapa astral...
Como se ele fosse a pessoa certa pra mim e se for mesmo nem sei.
Aos poucos meu dia volta ao normal, me acostumo com a distância, adormeço e até esqueço ele por uns tempos de novo...
Da última vez que nos despedimos ele disse: “A gente nunca mais vai se ver.”...
E eu respondi a única coisa que me veio na cabeça: “Quem garante?”...

Por você vou me despedir quantas e quantas vezes a vida deixar.