quarta-feira, 13 de maio de 2009

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Não sei como realmente se forma o caráter de um ser humano. Educação, índole ou se é sangue mesmo. Eu sou cheia de defeitos, mas tento me tornar uma pessoa melhor a cada dia.

Em uma de minhas viagens conheci um cara chamado Sergio. Tenho boas lembranças dele. Um homem simples, amoroso, dedicado... No momento em que o conheci ele trocou algumas palavras comigo. Eu estava indo fazer um estágio de férias e ele havia acabado de ser contratado pela empresa. Ele deve ter mais de 40 anos, é bonito, é bastante bonito na verdade, mestre em geologia e bastante inteligente também. Pensei que ele fosse daqueles caras que se acham porque sabem demais e porque são bonitos, ele a princípio tem um jeito bem sério. Mas, se eu fosse listar uma das pessoas mais simples que conheci na vida, Sergio com certeza estaria entre elas. O primeiro momento, eu tive “receio” dele e fiquei o analisando, cheia de cuidados, mas não demorou muito ele me cativou. E logo que chegamos ao alojamento onde ficaríamos, deixei minhas malas no quarto e quando voltei Sergio logo perguntou se estava tudo bem e se eu estava bem alojada.
Mas Sergio me encantou mesmo, quando em um determinado momento enquanto estávamos em campo, um cabrito estava desesperado preso em um ponto mais baixo do qual a cabra estava, os dois estavam “desesperados”, então ele subiu um afloramento, sem apoio somente para pegar o filhote e levá-lo a um ponto mais próximo, em que ele pudesse subir. Foi naquele exato momento que vi que existia algo de especial ali. Não é qualquer pessoa que se arrisca assim por causa de animais, ele realmente se arriscou, pois o ponto de onde estávamos para onde o filhote estava era bem alto. Embora quase todo geólogo esteja acostumado a subir em “pedras” ele quase caiu algumas vezes, por conta da falta de apoio.
Enfim, durante o período em que fiquei lá ele sempre demonstrou carinho, preocupação, atenção e principalmente respeito. Sabe aquelas pessoas que você tem vontade de abraçar só porque elas te cativaram? E antes de eu voltar para casa ele me deu um abraço bem forte e me desejou sorte na vida profissional e me deu um conselho pessoal que um dia quem sabe eu digo. Sempre que me lembro dele, peço a Deus para protegê-lo e que ele esteja bem, às vezes me pergunto se ainda o verei algum dia, eu realmente espero que sim. Quando se está longe de casa é fácil se apegar as pessoas, principalmente quando essas pessoas são boas.

Existem pessoas que na hora que você conhece e troca duas palavras é o suficiente pra você se encantar. São as pessoas de bom coração. E em uma primeira conversa já te chama de querida, amor e te deixa à vontade para conversar. [pena que algumas pessoas confundem totalmente isso]
Eu tive essa “sorte” de encontrar pessoas como essas na minha vida.
Entre essas pessoas estão um amigo-irmão que tenho, sempre que posso dou-lhe um grande abraço. [ele me apresentou Deus inúmeras vezes quanto necessário, ou seja, fez o possível para renovar minha fé todas as vezes que a perdi]
As outras eu conheço somente pela internet. Duas queridas (Nati e Mari) que já são amizades consolidadas.
Mari é indescritível de tão carinhosa, se preocupou comigo a ponto de me mandar um presente lá de Curitiba só porque na época estava bastante triste por conta de um rapaz. E não foi o presente, foi o gesto, a preocupação e a vontade de me fazer sorrir. Tão atenciosa ao ponto de saber características minhas que nem amigos próximos conhecem. E Nati sempre inspirando, ela é pra mim a garota que abre os braços pra vida e vai sem medo. Presente a cada gargalhada que manda da Mel (sua filhinha) só para me fazer sorrir também.

Hoje eu queria abraçar todas essas pessoas!
Não! Eu não sou carente ao ponto de me apegar assim, somente porque a pessoa trocou duas ou três palavras carinhosas comigo. Eu admiro pessoas assim... Quero conhecê-las mais e mais.
A minha sorte? É que com essa minha vida de viajante é bem provável que eu conheça elas algum dia.

Hoje me perguntei como existem pessoas ruins, egoístas, sem caráter, maldosas, vingativas quando se é tão fácil ser bom, quando é tão fácil ao menos tentar ser bom. Seria perfeito se todos tivessem alcançado um nível de simplicidade, ou pelo menos que bom seria se as pessoas ao menos estivessem constantemente tentando se tornar algo melhor e não pior.

Às vezes a vida escapa de nossas mãos mesmo antes que a gente perceba, outras temos a sorte de pelo menos vê-la escapando e fazer alguma coisa para nos tornar algo melhor. O que vai sobrar no “final das contas” não será o que você tem, mas sim o que você é. E o que você é, é resultado de tudo que você faz.


=***

2 comentários:

  1. Claudinhaaaaaaaa lindaaaaaa...amei as palavrassss!!! Adoro muito vc de verdade enao vejo a hora de conhece-la pessoalmente. Me identifico contigo e sua familia pq sai pessoas muito do bem , que sempre estao tentando ser melhor ainda! Seu texto veio a mim num dia em que eu estava decepcionadíssima com o ser humano e caiu como uma luva!!! Como as pessoas podem ser assim né! Queria ter todas vcs bem perto de mim pq sei que sao ser humanos admiráveissss...daqueles que sempre quero ter como amigos...beijos flor..e obrigada viu

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  2. Eu tinha que te achar novamente no orkut, decobrir o teu blog e ler sem parar (rs)....Vi várias vezes vc falando nos textos," não sou poeta, não sou poeta,"....mas pra mim vc é muito mais....O bom escritor(a) é aquele que vc começa a apreciá-lo e não para mais..e eu não vou parar mais...são 22h da noite já e faz 1 hora que leio o blog mais sincero e interessante que já li e olhe que já li muitos...bj

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