quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Havia um abismo entre nós, mas eu me esforcei para criar uma ponte.
Eu o admirava de um forma especial, tinha algo de bom e sentia que faria a minha vida ter um pouco mais de sentido.
Sonhei com o muito, com o tudo de você. Sonhei em acompanhá-lo todos os dias, mesmo quando a distância física fosse grande. Sonhei que me olhasse com amor, deitar em seu colo enquanto lia um livro, assistir um filme ao seu lado, caminhar de mãos dadas na beira da praia, namorar no sofá, na mesa, no chão, na cama. Sonhava em te fazer um petisco e levar uma cerveja para não perder o lance do futebol, ouvir seus gritos de empolgação na vitória ou ser o seu consolo na derrota do seu time. Sonhei beijá-lo em um saguão de aeroporto, ouvir o rodar das chaves na porta principal, sentir o cair do seu corpo no meu durante o sono, tomar banho juntos, ser sua melhor companheira de viagens, poder realizar seus sonhos, poder fazer planos contigo. Já sonhei tantos momentos, não me custava sonhar, sonhar me fazia sentir bem, sorrir involuntariamente. Eram só sonhos. Nos meus sonhos viajava em ilusões, mesmo impossíveis faziam-me completa por alguns instantes.
Mas esperava o mínimo, esperava pelo menos conhecê-lo, ver seu sorriso e olhar de perto, um abraço singelo no saguão do aeroporto, caminhar na beira da praia lado a lado conversando, esperava que se abrisse para mim, confiasse em mim e fosse meu amigo.
Me esforcei para criar uma ponte, criar laços, ser algo teu, me esforcei para ser sua amiga. Mas não consigo. Tento me aproximar, estás ocupado demais sempre. 
Fico triste, ainda há um abismo entre nós e eu consigo vê-lo ao longe, ocupado, distraído e inalcançável mesmo para o mínimo, mesmo para o que eu apenas esperava.

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